Poesias

Ser indígena

Sabe essa ligação com a água dos rios e igarapés?

Sabe a paz que vem do cheiro de mata?

Sabe a sensação que brota no coração quando o sol do fim da tarde faz ficar dourado o capim?

Já ouviu o canto ancestral de uma anciã Macuxi?

Sentiu o perfume do Marwai purificando seu corpo e alma?

Sabe o amor mudo pelos animais?

E o medo dos encantados desconhecidos ?

Na cidade ou na comunidade, ser indígena é algo mais profundo, que te acompanha por toda a vida.

E more você onde for, esteja imerso em outras culturas ou não. As raízes da terra sempre vão de chamar.

Porque ser indígena é algo mais profundo. Está na pele marrom dourada,

Está na valentia de retomar sua identidade étnica, mesmo vendo dia e noite as pessoas destilarem preconceito velado e desdém. Ser indígena é algo mais profundo, algo que nos conecta com o todo da mãe natureza e nos habita por inteiro. Nesse mês de abril, um viva a todos os povos indígenas do Brasil.

Vanessa Brandão

Vanessa Brandão é jornalista amazônida. Manauara de nascimento, criada em Roraima, é indígena descendente do povo Wapichana. Doutoranda em Estudos Literários pela Unesp – SP, mestra em Letras pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), pesquisando sobre arte e literatura indígena. Tem especialização em Assessoria de Imprensa e Novas Tecnologias da Comunicação e em Artes Visuais, Cultura e Criação. Publicou seu primeiro livro em 2022, com o título ‘Entre Pinheiros e Caimbés’. Escreve poesias, crônicas e contos e trabalha na produção de um romance. Atualmente mora parte do tempo em Lódz, na Polônia e parte em Boa Vista, Roraima, no Brasil

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Vanessa Brandão

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