Poesias

Bananas 

Notícias de casa aceleram o coração

Nada calmo nas terras de Makunaima

Sopro forte de gente zumbi

A selvageria foi proclamada

Na república que se nega a ser de bananas

Mas é

Por gente cega de pensamento disforme

Por gente tosca

Que se recusa a ler

Para que,  se só quer aparentar?

As superficialidades moldam o caráter frágil tal qual mosca

E a incapacidade de diferenciar

Os falsos profetas no fim dos tempos

Coloca em risco qualquer sonho possível de nação

Só restará o amarelo da cor de bananas

Já que o ouro terá sido todo vendido

E o verde todo queimado

Restará o falso profeta e seus asseclas

Caminhando e ruminando boçalidade sobre escombros

Até que venha a razão e corte o mal pela raiz

Recomeçando os trabalhos

Reiniciando a dolorosa espiral da  evolução

Vanessa Brandão

Vanessa Brandão é jornalista amazônida. Manauara de nascimento, criada em Roraima, é indígena descendente do povo Wapichana. Doutoranda em Estudos Literários pela Unesp – SP, mestra em Letras pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), pesquisando sobre arte e literatura indígena. Tem especialização em Assessoria de Imprensa e Novas Tecnologias da Comunicação e em Artes Visuais, Cultura e Criação. Publicou seu primeiro livro em 2022, com o título ‘Entre Pinheiros e Caimbés’. Escreve poesias, crônicas e contos e trabalha na produção de um romance. Atualmente mora parte do tempo em Lódz, na Polônia e parte em Boa Vista, Roraima, no Brasil

Vanessa Brandão tem 76 posts e contando. Ver todos os posts de Vanessa Brandão

Vanessa Brandão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *