Crônicas

CrônicasVivendo na Itália

Sobre decepções, alegrias, moda e constatações pueris

Quando o calor chega na Itália, um frisson toma conta das pessoas. Todo mundo tira as roupas de manga e se produz como que para uma festa. Nunca tínhamos visto tanta gente na praça, tantas crianças. Aqui em Foggia o principal lugar de encontro da cidade é a praça Umberto Giordano, com bares, cafés, gelateria, estátuas, igrejinha católica. Luigi brinca, sobe nas estátuas interativas, faz amizades utilizando a linguagem do sorriso, essa comunicação mundial entre crianças e em três minutos ele interage pelo olhar e já está sendo perseguido por algum outro bambino fofo, uma graça.

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Você tem feito seu Boring Self Care?

Hoje é domingo, 2 de junho de 2019, um dia depois do meio do ano, estamos na outra metade de 2019 e tenho certeza da aceleração do tempo, pois nem acostumei a escrever 2019 nos textos, cadernos e livros. A minha dissertação já tem 20 páginas e eu pretendo finalizá-la até setembro, apesar de saber que isso basicamente é mais uma das minhas ilusões otimistas. Em verdade meu prazo legal para finalizar o mestrado é fevereiro de 2020, eu tenho tentado antecipar para setembro por não saber ao certo onde estarei morando no ano vindouro, mas provavelmente estarei bem longe da minha Roraima. Eu e Luigi estaremos lá em julho, agosto e provavelmente início de setembro e isso conforta minha saudade.

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Sobre cozinhar, podcasts, prazer e ressignificações

Eu não achava que encontraria prazer em cozinhar diariamente. Em meus oito anos de casada, nunca tive essa rotina. Era uma regra secreta: estudarei e trabalharei tanto e tanto, que não terei tempo de cozinhar. Eu tinha pena da minha mãe, que por vezes fazia comida a noite ou logo de manhã muito cedo, quando eu e minha irmã éramos pequenas. Depois, muito esperta e coerente, ela nos ensinou a fazer a boa comida roraimense, com cheiro verde até no feijão.

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CrônicasVivendo na ItáliaVivendo na Polônia

A desconstrução da viagem perfeita em família – Polônia e suas delicadezas

Por que sair da Itália para conhecer a Polônia?  O interesse vai além da mera curiosidade e eu já conto, assim que eu terminar de desconstruir o mito de que ‘vale todo esforço para conhecer outro país, outras culturas, enfim, viajar é a melhor coisa da vida’. Recentemente li sobre isso no livro Sapiens, de Harari (2015) e embasou o que eu já sentia, mas ficava até envergonhada de assumir. Eu não acho viajar a melhor coisa da vida, menos ainda depois de ter filho.

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Flores pelo caminho 2
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Sendo brasileira na Itália e outras coisas de mulher 

Não sei o que eles pensam realmente quando sorriem ao ouvir que sou brasileira! É tipo assim: Brasile. Una brasiliana. Che bello, il Brasile è carnevale, calcio e samba! Sim, o comentário mais clichê do mundo é real. Isso aconteceu no supermercado, na cafeteria, no ambiente acadêmico, em síntese, a referência do nosso país é o samba, futebol, carnaval e claro, a mulher brasileira. Ma quanto sono belle le donne brasiliane!

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Não desconstrua!

Eu ia escrever sobre um curso de Comunicação Não Violenta(CNV) que estou fazendo. Mas meu coração dormiu aflito com as notícias vindas do Brasil. Um presidente informando que vai acabar com o financiamento de graduação e pesquisas em duas das principais ciências formadoras de pensamento crítico em qualquer lugar do mundo: sociologia e filosofia. Uma obsessão burra e descabida, um golpe em nossa liberdade, em nosso direito de escolha, o que temos de mais importante em qualquer nação democrática.

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Apareceram margaridas no caminho? Estou lá fotografando!
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Não abra mão de suas pequenas paixões

Esse post é sobre compartilhar experiência própria no intuito de ajudar outras garotas, que, assim como eu, não querem guerra com ninguém, desde que sejam amadas, durmam bem, possam educar e proteger o rebento, tendo algumas pitadas de felicidade ao longo desse caminho. Sabe, foi preciso mudar de rotina, lugar, comida, língua e sei lá mais o que pra me tocar dos erros e ciladas que a gente comete e se mete. Não se ouvir é a principal delas.

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Primavera me enche de esperança
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Tempo para o novo velho amor

Luigi tem quatro anos de pura fofura. Toda mãe diz isso né? Estávamos sentados à mesa almoçando e ele perguntou pela primeira vez: por quê estamos aqui e não voltamos pra Boa Vista? Reinaldo com a boca cheia de comida, engole rápido e responde espontaneamente. Porque o papai estava trabalhando tanto, mais tanto e estava tão estressado que nem tinha tempo de brincar com você, chegava em casa e continuava trabalhando, lembra?

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Fachada do prédio de Ciências Humanas e sociais da Universidade de Foggia.
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Sobre costumes diferentes e problemas iguais

As senhoras andam de meias negras, discretos sapatos de salto, echarpes finas ao redor do pescoço, maquiagem discreta, porém uniforme, elegante. Saem com seus cachorrinhos ou com suas bengalas para comprar pão, ir à missa, conversar com alguns outros idosos nas calçadas, cafés. Vestem-se geralmente de preto, com algum detalhe discreto colorido. Não costumam sorrir para estranhos. São geralmente muito sérias. A Europa envelheceu há tempos.

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Vou te contar aqui da minha janela

Ter um blog na pós-modernidade ou em plena modernidade líquida é totalmente desnecessário. Numa realidade em que nem os relacionamentos reais duram, a relação leitor x escritor não poderia ser diferente. Conectar-se a alguém, dispender tempo lendo posts, esperar pela próxima postagem parece dar prestígio demais em meio ao caos informativo. Mais ainda na era da imagem, quando uma boa foto vale mais que 3 mil caracteres sem espaço.

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