Crônicas

CrônicasVivendo na Polônia

Reflexões sobre beber, perder peso e viver um bom domingo no parque

Hoje é domingo, 20h e tomo vinho para escrever, uma rotina boa e há tempos almejada: uma taça e uma lauda de texto. Mais do que isso é difícil de alguém ler, dizem. Mais que uma taça se perde o tino, o que as vezes é bom, mas nem sempre. Aos 36 a gente adoece com álcool. Digo a gente porque Reinaldo diz a mesma coisa sobre os efeitos de uma noite de bebedeira. É, não somos mais jovens, definitivamente. Dá um cansaço de corpo e alma no dia seguinte. Dá enjoo, sono, desesperança. Acho que é isso, fico sem esperança quando estou de ressaca e isso é mal. Somos só nós três aqui na Polônia, ou seja, sem bebedeiras, sem baladinhas em casal, abrimos mão disso conscientemente.  

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CrônicasVivendo na Polônia

De janela nova na Polônia: reflexões sobre meu sentimento pelo Brasil e primeiras impressões no novo lar

Experiências iguais podem ser percebidas, sentidas de maneira totalmente diferente por cada indivíduo. Por isso afirmo que em 2020, nos meus quase 37 anos de vida (completo em fevereiro) a melhor maneira de amar o Brasil nesse momento é estar longe dele. Já fiz até a playlist “Saudades do Brasil” no Spotify e tá a coisa mais linda, pois de música boa o país bamburra. É que música é sentimento e nós sentimos muito, tão passionais, tão intensos que somos. Gosto dessa coisa: ser gente amorosa, ter sido criada por gente amorosa, indiscreta, por vezes, mas especialmente sentimentais.

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Desabafos dominicais: sobre os socos na barriga do jornalista e a entrega da dissertação

Esta semana acordei com a notícia de que a Medida Provisória 950 acabaria com o registro profissional de Jornalista. Me deu frio na barriga. Senti o golpe baixo e sujo e fiquei triste, atendendo aos anseios macabros desse Governo, de enfraquecer, entristecer e desmotivar todo cidadão com ideias minimamente progressistas. Sua forma escrota de dizer: a democracia foi realmente uma vertigem no Brasil.

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A serenidade das ondas altas

Eu meio que sabia que não conseguiria atualizar e trabalhar neste espaço do modo como eu gostaria, com a frequência de gostaria, mas passo para deixar registrado esse fim de “férias” em Roraima. Longe do Reinaldo desde o dia 21 de junho, quase quatro meses nesse dialogo virtual, é até clichê falar de saudades, não só do marido, mas do Reinaldo pai do Luigi. O bom de olhar para tudo isso é ver que nossa relação amadureceu, serenou e sabe que a distância, nessa mudança de vida é parte de um contexto mais importante para todos nós. O primeiro semestre desse ano, na Itália, nos aproximou ainda mais e percebemos o quanto estávamos precisando disso, nós três estreantes do outro lado do mundo.

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Sobre remédio em forma de gente e coisas obvias sobre homossexualidade

Se você tem filhos, um dia ele vai ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando. Pode ser na TV, na rua, no shopping, em algum filme, fato é que ele (a) um dia verá e você pode agir de duas maneiras: naturalmente, explicando (caso te pergunte) que algumas pessoas preferem assim e tá tudo bem, é normal ou pode fazê-lo entender que é errado, feio, falta de vergonha na cara, pecado etc. Optando pela primeira possibilidade seu filho ou filha não será influenciado de modo algum. Seguirá sua tendência biológica e saberá que a sociedade é diversa, como de fato é.

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Um livro, uma voz e uma dúvida

Esta semana finalizei um livro que comecei a ler em fevereiro: Sapiens: Uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari, lançado em 2015. É um super best-seller internacional, o que normalmente me afasta de uma leitura, mas não nesse caso. O livro nos faz voltar ao passado mais remoto da humanidade, tempo dos caçadores coletores, quando nossa única preocupação era encher a barriga e tentar não ser morto por alguma criatura gigante e nos lança no futuro, nos apresentando conjunturas sociais, políticas e científicas.

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Crônica sobre o sono

Não dormir bem acaba com qualquer possibilidade de um dia bom e produtivo. Tenho inveja dos que dormem seis horas por dia e ficam me afrontando com sorriso no rosto. Você conhece um desses? Ou é um desses? Se for, para tudo e agradece ao seu Deus, pois não é nada confortável ter a necessidade de dormir 8 horas corridas em total escuridão e sem ruído algum, para que, só então eu possa ter um dia 100%.

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Em terras Makuxi

Hoje é dia 11 de julho de 2019, quase 18h de uma quinta-feira e eu estou em Roraima, Boa Vista, minha cidade querida, finalmente, depois de 15 dias em Manaus com minha irmã e mãe, que a propósito está bem de saúde, medicada e consciente das mudanças necessárias no estilo de vida. Revi amigas, tias, primas, primos e foi muito bom rever toda essa gente querida que de algum modo influenciou minha formação identitária, minha paixão e orgulho de ser amazônida. Morei quase cinco anos em Manaus, de 2007 a 2011 e ao retornar dessa vez apenas reafirmei o quanto esse povo é apaixonado pelo seu folclore, cultura popular, culinária regional e o quanto a cidade está mais limpa e sempre se autosustentando, independente de governos.

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CrônicasVivendo na Itália

Percebendo e enfrentando o complexo de vira-lata em tempos difíceis

Nelson Rodrigues que me desculpe, mas já está na hora de superarmos o famigerado “complexo de vira-lata” e melhorar a autoestima tão prejudicada nos últimos tempos. Mesmo com os micos presidenciais, com os problemas sociais que só se agravam, com o poder de compra que só míngua e com a violência que só aumenta, é preciso compreender que o Brasil e os brasileiros são maiores que tudo isso e capazes de superar provações ainda maiores.

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Um susto na chegada ao Brasil

Coração de mãe, maravilhoso, que sempre cabe mais um, também guarda mistérios e pode nos dar sustos e mudar planos. A ideia seria vir para o Brasil para terminar a dissertação e ficar um pouco com a família. Antes de chegar em Roraima, fazer uma parada em Manaus, onde minha irmã mais velha mora há um ano. Mamãe, irmão e cunhada vieram nos encontrar e estávamos com planos de vários passeios, apresentar Luigi para família Brandão, comer muito peixe assado, x-caboquinho, mostrar botos para o Luigi, o encontro das águas, as cachoeiras de Figueiredo, ver algo no Teatro Amazonas, curtir as amigas que por aqui moram.

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